A tua pele é um mapa, uma página.
Repleta de signos, a vontade que irrompe
é tomar o seu corpo e devorar cada sarda.
Gosto da textura da tua pele:
Pele seca, escamosa e àspera.
Tua tez não tem quinze nem vinte
Não traz a tola maciez dos romances de folhetim...
É pele madura, balzaquiana - e ainda assim fresca e jovem.
É já um todo branco e sensível ao calor e à luz, a tua pele,
e que quero proteger no meu contato,
na minha excessiva e excitada melanina,
derramando em leito no teu corpo de leite
minha pele escura e oleosa.
judiando de amor em tua pele judia,
este amor constrastado, claro-escuro, poesia,
desvelo de tuas manchas sárdicas teus enigmas
a mim prometidos em tecitivos manuscritos hebraicos
assim é, para mim, a tua pele:
em cada ponto um pouso, em cada sarda uma faixa apaixonada de Gaza
...e ao centro, ao ponto alto dessa fé de crer em nós,
na flor de teu sexo, onde faço procissão, minha Jerusalém.
(Izak Dahora)
Nenhum comentário:
Postar um comentário