Assisti a "Que horas ela volta?" Um filme que merece ser visto porque fala muito de nós como país, cuja sociedade altamente estratificada teve historicamente a rígida definição dos espaços de uma elite e de uma não elite (delegada à "inferioridade" do trabalho propriamente dito), num jogo em que cada classe deveria saber os limites do "seu lugar". "Que horas ela volta?", quase despretensiosamente, com o humor e os afetos que nos ligam ("cordialmente") nessa sociedade de herança escravocrata, divisões, classismos e preconceitos, mostra também um Brasil contemporâneo, crivado ainda por estruturas coloniais da "casa grande e da senzala", mas que se renova em um quadro social mais dinâmico, de novos personagens ativos e possibilidades. Um filme indispensável.
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