Faço aqui homenagem ao historiador e professor Joel Rufino dos Santos, que morreu hoje (4/9/15). Destaco de sua vasta obra, de mais de cinquenta livros publicados, "A história do negro no teatro brasileiro", obra que vem a ocupar lugar ainda tão carecente de pesquisa que é o olhar sobre a contribuição dos negros nas artes dramáticas brasileiras, com a constatação de que tanto sua invisibilidade quanto sua presença nos palcos ao longo do tempo refletem um país marcado por séculos de escravidão, atávico preconceito e a necessária criação de formas dramáticas populares e alternativas - como as óperas populares dos desfiles das escolas de samba, que este que vos escreve pesquisa. Tive, na noite de lançamento do livro, a oportunidade de conversar com o professor Joel sobre a presença atual do negro no teatro, no cinema e na televisão. Ele sinalizou um olhar positivo acerca das conquistas nesse tocante até aqui, mas sem apontar também a necessidade de mais avanços. Depois disso, mantivemos uma breve e estimulante troca de e-mails, nas quais ele foi sempre afetuoso. Gostaria de tê-lo como interlocutor ainda muitas vezes. Recebo com enorme tristeza a morte desse intelectual tão generoso.
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