Crise têm sido uma das palavras mais repetidas no noticiário (nacional e internacional) ultimamente. Seja na política, seja na economia, seja na ecologia ou no clima, há constatações de desequilíbrios, descasos, ilícitos e similares que vaticinam perspectivas pessimistas.
Contudo, creio que períodos de crise são sempre períodos e há neles sempre a possibilidade de grandes guinadas rumo ao seu contrário.
A arte, aliás, faz-se muito dos momentos de dificuldade. Nosso estado de atenção às coisas e nossa criatividade tornam-se mais simples e latentes. A estabilidade e o sossego não fazem, definitivamente, parte do artista, ser cuja sensibilidade treinada de modo intenso e exaustivo o leva, não raro, às "vanguardas" de seu tempo, seja este qual for.
Lembro agora dos versos abaixo que escrevi em 2008, postado aqui mesmo em setembro daquele ano - exatos sete anos e cinco dias. Resolvi recompartilhá-los e, de alguma forma, revisitar o Izak que os escreveu.
Hoje vejo que a minha experiência de ator, nas salas de ensaio e de aula (ainda na graduação, naqueles anos, de inquietudes à busca da melhor expressão interior e corporal para cada personagem, incidiram bastante na motivação dessa escrita.Me coloco permanente no lugar da crise
Porque só dela é que posso sair algo novo.
Por isso acho sempre que não acho
Para ver se me acho
Aonde saberei que não sabia.
Filosofia.
É me achando vazio que
intuitivamente, mais que em movimento, ajo
e já, tão logo, de repente,
me descubro de algo novo preenchido.
(Izak Dahora)
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