sábado, 9 de agosto de 2008

Vida Viável



Aprofundar a vida
Penetrá-la cortante e sair dela
Ir
Ir até além
Até além infinito


E não precisar voltar.
Passagem sem regresso;
Carma sem reencarno.


A vida solo e entregue como a agulha
que pede para ser antes mirada no escuro – mas não sem convicção -
para então - depois de conduzida ao bordado iniciado do tecido curto do tempo - aprofundada,
atando ponto firme em cada lugar, amigo, amante;
vida deliberadamente errante,
que por entender não ser ciência exata a Vida,
acerta ao optar pelos momentos da indizível emoção e pela dor do impacto.
E tudo sem precisar ser Baco!
Mas como forma de deixar os rastros
no sentir do gozo legítimo do corpo e da alma...


Vida com vontade de fazer,
Vida que desatina sem ter medo de doer.
A vida sem precisar prestar satisfação, simples por ter sido ela honesta
e por ter feito de cada criatura um irmão.


Vida que o Destino, admirado, não refuta nem ousa dizer “não”.
Vida única, sem replay, do “quem viver verá”, do espetáculo que morre a cada noite
e qual flor, qual ave-Fênix, renasce majestosa na manhã seguinte.
A vida em via tortuosa de desesperados que, acima de tudo, amam viver.


Izak Dahora

Nenhum comentário: