...o ser original, então, nada mais é do que aquele que descobre o que já foi descoberto, aquilo que já está aí há muito e desde antes de nós. o ser original é então aquela figura adulada por prêmios internacionais pelo mero ignorar, ameaçando, e por fim derrocando a mediocridade sempre sonhadora do mundo através da escavação dedicada do simples e da potencialização do óbvio. Basta um átimo de consciência histórica: quando olhamos para os gregos antigos, ou mesmo para os egípcios ou para os maias, astecas e incas, constatamos que muito do que julgávamos ser fruto desse tempo já foi feito há muito mais tempo. astronomia, matemática, urbanização...
se não me falha a memória, o velho nelson (rogrigues) tb falava algo parecido com isso ("escrevo para enxergar o óbvio"). ia ele, a meu ver, até bastante longe quando dizia que para se ser um grande homem enquanto inteligência, bastava a leitura continuada de um único livro por toda a vida, pois tudo estaria ali, naquelas únicas páginas.
mas todo esse papo cabeça muito tem a ver com o ofício do artista - pelo menos eu acho e era aí onde queria chegar. o convencimento e a opção de que o simples é o caminho para se atingir a flor da sensibilidade e de que o meio econômico de técnica e emoção são os canais para que nossos corpos de atores, bichos-de-teatro, sejam atravessados pela grande arte nos seus instantes de presença generosa - e não nós nela, como já dizia Stanislavski.
nós nascemos e as idéias já estavam aí. é platônico isso! o que temos a fazer, portanto, é experimentá-las! Elas - e a própria vida - não nos pedem para serem deletadas e para o lugar delas criarmos outras. Não precisamos ser os Originais ou mirabolantes, isso deixemos para os cientistas que trabalham ardorosamente à busca da fórmula contra o câncer, contra a aids... - se é que essas fórmulas já não estão dispersas na natureza, só que de forma oculta. se até os sentimentos aqui já estão e não mudam ao longo dos tempos, e se repetem repetem repetem, ai ai o amor!, cabe a nós artistas, atores, buscarmos entendermos a vida, cada dia, sem a arrogância e a presunção de inventar. nosso trabalho deve ser, então, me parece, procurar a chave - se grande ou pequena não sei - que nos dará o acesso à revelação das profundezas do ser(momento de revelação esse não absoluto ou definitivo, é claro, mas que toca e muitas vezes avassala o humano). e não deixaremos de ser criadores ou seremos menos criadores por causa disso.
mas todo esse papo cabeça muito tem a ver com o ofício do artista - pelo menos eu acho e era aí onde queria chegar. o convencimento e a opção de que o simples é o caminho para se atingir a flor da sensibilidade e de que o meio econômico de técnica e emoção são os canais para que nossos corpos de atores, bichos-de-teatro, sejam atravessados pela grande arte nos seus instantes de presença generosa - e não nós nela, como já dizia Stanislavski.
nós nascemos e as idéias já estavam aí. é platônico isso! o que temos a fazer, portanto, é experimentá-las! Elas - e a própria vida - não nos pedem para serem deletadas e para o lugar delas criarmos outras. Não precisamos ser os Originais ou mirabolantes, isso deixemos para os cientistas que trabalham ardorosamente à busca da fórmula contra o câncer, contra a aids... - se é que essas fórmulas já não estão dispersas na natureza, só que de forma oculta. se até os sentimentos aqui já estão e não mudam ao longo dos tempos, e se repetem repetem repetem, ai ai o amor!, cabe a nós artistas, atores, buscarmos entendermos a vida, cada dia, sem a arrogância e a presunção de inventar. nosso trabalho deve ser, então, me parece, procurar a chave - se grande ou pequena não sei - que nos dará o acesso à revelação das profundezas do ser(momento de revelação esse não absoluto ou definitivo, é claro, mas que toca e muitas vezes avassala o humano). e não deixaremos de ser criadores ou seremos menos criadores por causa disso.
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talvez a utopia dos dias atuais seja andar para frente, mas sem a presunção inoculada pela ciência e pela tecnologia que só fazem ver o presente o futuro, quando há tb um passado imensamente rico. e criador.
*o texto acima já foi registrado em cartório e está, portanto, sob proteção de direitos autorais. qualquer reprodução pode ser rigorosamente penalizada por Lei.
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