destinado à escrita poética que se estende em reflexões sobre arte e cultura, além de divagações e pensamentos sobre projetos artísticos pessoais
sábado, 30 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Projeto de prolixo
à tirania do verbo, do verso e da linguagem
eu quero falar cada vez menos
eu quero falar mais com menos
quero falar menos para ouvir os falantes de outras falanges.
e satisfazer meu interlocutor de entendimento.
quero dizer tudo com aparentemente nada
eu quero falar menos difícil e ser claro como a água.
eu quero meu monólogo de um modo mais diálogo
menos bife e mais grãos. menos texto mais contexto.
Eu quero eu menos só
lilóquio
Izak Dahora
Izak Dahora
A Mário de Sá Carneiro
Não sou exatamente um engodo, uma fraude,
gênero de farsa, pseuda obra-prima da linguagem
como também escapo da autodefinição de superhomem,
de máquina.
Sou ao fim o meio
“qualquer coisa de intermédio”, às vezes grande às vezes pequeno
na maior parte do tempo medíocre,
cônscio da ignorância fundamental de todos,
mas convicto de ter algum recheio
não sendo simplesmente casca, eu.
Tentando escapar dos riscos da bipolaridade,
feliz pelo auge e pela queda
-pois ambos partes de meu todo ambíguo- vou errando...
E daqui a alguns anos, lá na linha de chegada
com o peso dos anos e os erros da experiência
poderei me dizer pouco mais que razoável.
Izak Dahora
Sonho de trova
Meu sonho é ver meu verso virar canção.
Não lê-lo; ouví-lo, quando neste dia
for surpreendido pela nova possibilidade
de algo que rompeu de mim e eu não percebia.
Quando tudo que me é ruído e som das vozes que me
assaltam e as escrevo, se tornarem melodia.
Quero ser um trovador
Quero ser o que já foi caminhando errante
sobre os caminhos de pedra da Idade Média
embriagado em noite alta.
E gozar de ver meu verso fazer soprar delírios
nos ouvidos da mulher amada.
Izak Dahora
Izak Dahora
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