terça-feira, 16 de setembro de 2008

Queria encontrar o mundo
Eu ignaro talvez até de mim, do meu próprio eu desnudo
Como um corpo sem sentido nem conteúdo.

E foi então que o mundo me achou, e descobriu-me
e me abraçou com violência
-toda a violência do mundo!

Tanta que não tive força para dele me desgarrar.
Meu corpo calou no abraço mudo,
Faltou a voz e o meu peito gritava surdo.

Tanto quis
E tive como resposta a chaga, a miséria, a ignorância.

Queria descobrir o mundo
Só que agora, um tanto ou quanto mais maduro,
Percebo que o que descobri, na verdade,
De Tudo,
É que fantasiava eu tudo.
E que o mundo, docemente atroz,
Me estava sendo sincero
Mais do que eu próprio.
Eu, cego que estava de no meu mundo crer.

E por instantes com o Mundo, todo em meus braços,
Impelido por cena e símbolo ao sentimento maternal da Virgem
[tal qual na Sagrada Escritura]
Quis enxergar o mundo com dó e idealização
Quando o que tinha, na verdade,
e mais do que tudo,
era a verdade crua do mundo.

Um comentário:

Unknown disse...

poema em construção
vale trabalhar mais esse abraço entre vc e o mundo...
bjs
annabel