quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quase. Ou presente imperfeito.

estado de juntas querendo estalar
qual sensação prévia em ver vaso caindo
qual torção da mão sobre o caule da planta partindo

mas não estala
não cai
e nem chega a partir

aflição.

Auto-definição do artista.

E tendo que escrever um trabalho para uma disciplina da faculdade sobre "Por que sou artista?" - o tema mais complexo de escrever que já encarei, pois sou artista porque simplesmente não sei ser de outro modo -, me deparo no jornal (O Globo) de algumas semanas atrás com esta frase-definição de Geraldinho Carneiro, contemporâneo e querido poeta, quanto a si próprio como escritor:

"Sou um velho biscateiro intelectual, vivo rodando bolsinha no calçadão da cultura brasileira. Mas não faço qualquer biscate, não. Sou aquela vadia de bom gosto, metida a besta".

Bem que traduz o turbilhão de facetas que a gente que é artista desdobra para poder viver desse delírio que é a arte e encher nossa barriga. Ele ainda disse na entrevista a Arnaldo Bloch, que como Shakespeare, só escreve por encomenda, para vencer o tédio da repetição - "Shakespeare mesmo, por exemplo, só fez um poema de moto próprio".

Não é o máximo?!